5.12.06

Sophia

pela nudez das palavras deslumbradas

1 comentário:

Anónimo disse...

Hoje, numa corrente sem fim, vim até aqui.
Encontrei Sophia
Recordei um poema, que teci em torno de um de Sophie, com todo o respeito

"Não se perdeu"
Não se perdeu nenhuma coisa em mim.
Continuam as noites e os poentes
Que escorreram na casa e no jardim,
Continuam as vozes diferentes
Que intactas no meu ser estão suspensas.
Trago o terror e trago a claridade,
E através de todas as presenças
Caminho para a única unidade
Poema de Sophia de Melo Breyner
****
Este o poema "tecido"

Não se perdeu nenhuma coisa em mim.
E contudo ... sinto-me tão perdida, sim.
Continuam as noites e os poentes
mas em mim as palavras
coalham no cerrar dos dentes.

As palavras
Que escorreram na casa e no jardim,
Já não as reconheço, nos sentimentos,
aqueles que me traziam aqui ... estão ausentes

Oiço-os ali em baixo a murmurar ...
Mas em mim, dentro de mim
Continuam as vozes (in)diferentes,
aquelas que me atormentam a Alma

Que intactas no meu ser estão suspensas.

Já não sinto o fulgor vivo de crianças,
Trago o terror e trago a claridade,
enterrados, acutilados entre os brilhos
poentes, tangentes deste cair de tarde,
nesta chuvosa cidade ...

E através de todas as presenças
que me lembram sempre a tua ausência
Caminho para a única unidade
Caminho para a Vala da Saudade!

***
Este poema, deixado no Blog Ecos do Tempo, é um tributo modestíssimo, meu, para Sophie ...
que muito admiro.

Deixo-to com um convite a que me visites.

Um beijo
Mel
(a menina com olhos de Mar... ou, no dizer de alguém ... a menina do mar... (quem dera)...
www.noitedemel.blogs.sapo.pt