posso dormir?!
a mulher voava para o cabo. sentia-a esvoaçar. não diria que o meu sentimento fosse real - fenecia na sua fugacidade. há muitos sóis, ouvia o Represas. cantava divinalmente Florbela Espanca. é ter de ti... que flameja... asas de condor... sede de infinito...
foi há muito tempo, a canção. hoje, a orgia torrencial, telúrica, prende-me a uma cama ausente. gostaria de subir ao Kilimanjaro. visitar Valdemosa, sorver Chopin, viajar por desertos com Sand, Represas, Chopin, contigo, Paula... e vida em mim...
posso dormir? posso devorar o amor que me consome? desejo desvendar os segredos do Colcorinho. desejo que esses segredos voem livremente por areias solares; que beijem as laranjas da Foz;que caminhem descalços com os pés luminosos de Sophia...
não, não posso dormir... o amor não se compadece com esses momentos ausentes... é seres alma e sangue e vida em mim...
não, não posso dormir, paula...
21.8.06
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